Ministros e centrais sindicais discutem Reforma Administrativa
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, e o ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Luiz Marinho, participaram, em 9 de setembro, de uma reunião com dirigentes das principais centrais sindicais.
O encontro teve como foco o debate sobre a Reforma
Administrativa, atualmente em discussão no Congresso Nacional.
Os representantes sindicais manifestaram preocupações quanto
ao processo legislativo em andamento, especialmente sobre a falta de textos
consolidados, a possibilidade de tramitação acelerada e a ausência de
participação das centrais nas discussões do Grupo de Trabalho (GT) da Câmara
dos Deputados.
Medidas já implementadas pelo governo federal
Antes de tratar do tema central da reunião, a ministra
Esther Dweck apresentou um balanço das medidas implementadas pelo governo
federal desde janeiro de 2023.
Segundo ela, mais de 38 iniciativas já foram
colocadas em prática nas áreas de gestão de pessoas, governo digital e gestão
organizacional.
Entre os destaques, estão:
- negociações
salariais e de carreira com 100% do funcionalismo público;
- retomada
dos concursos públicos;
- políticas
voltadas à soberania digital, à capacitação tecnológica e à
inclusão de estados e municípios.
De acordo com a ministra, “esse conjunto de medidas já
adotadas no governo do presidente Lula, com foco na valorização dos servidores,
na soberania digital, na capacitação tecnológica e na inclusão de Estados e
municípios, ajudou a mudar o rumo do debate em torno da Reforma Administrativa”
e afastou a perspectiva de redução do Estado prevista na PEC 32.
Posição do governo sobre a Reforma Administrativa
Propostas são de iniciativa do Legislativo
Durante a reunião, Esther Dweck destacou que as propostas
atualmente em debate foram apresentadas pelo Legislativo.
A ministra explicou que o Executivo tem mantido diálogo com
parlamentares do GT, mas “não está negociando propostas”.
Ela também reafirmou a defesa da estabilidade no serviço
público, que, segundo afirmou, “é uma defesa do Estado”.
O ministro Luiz Marinho participou das discussões ao lado da
ministra, reforçando a importância do diálogo permanente entre governo e
centrais sindicais diante dos temas em análise no Congresso.
Demandas apresentadas pelas centrais sindicais
Críticas ao processo legislativo e pedidos de maior
transparência
As centrais sindicais registraram preocupações em relação à
condução do debate sobre a Reforma Administrativa. Entre os pontos levantados,
destacaram:
- ausência
de textos oficiais com as propostas em discussão;
- divulgação
de medidas apenas pela imprensa;
- falta
de participação das centrais nos debates do GT;
- possibilidade
de uma tramitação acelerada no Congresso.
Os dirigentes ressaltaram ainda que mais de 12 milhões de
pessoas trabalham no serviço público em todo o país, considerando União,
estados e municípios.
Defesa da negociação coletiva e outras pautas
Além do debate legislativo, as centrais defenderam que seja
encaminhada a proposta de regulamentação do direito de negociação coletiva
para servidores públicos, construída recentemente em conjunto no GT coordenado
pelo MGI.
Outras demandas apresentadas incluíram:
- avanço
nas tratativas sobre liberação de dirigentes sindicais;
- necessidade
de maior espaço para debate sobre políticas de gestão pública;
- realização
de encontros específicos com entidades do setor público.
Propostas discutidas pelo Grupo de Trabalho da Câmara
Estrutura do GT e prioridades
O debate sobre a Reforma Administrativa ganhou força após o
presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB),
apontar a mudança como prioridade de sua gestão.
O Grupo de Trabalho responsável pelo tema é composto por 18
parlamentares, sob coordenação do deputado Pedro Paulo (PSD-RJ).
Principais pontos em análise
De acordo com o coordenador do GT, os pontos centrais em
discussão incluem:
- criação
de tabela única de remuneração para o serviço público, inspirada em
modelos adotados em Portugal e nos Estados Unidos;
- implementação
de avaliação de desempenho;
- concessão
de bônus por resultado;
- revisão
de vínculos empregatícios;
- medidas
de combate a privilégios.
Propostas de continuidade do diálogo
Encontro ampliado entre governo, centrais e Parlamento
Durante a reunião no MGI, foi sugerida a realização de um
novo encontro, desta vez com a participação dos parlamentares do GT da
Reforma Administrativa, além da ministra Esther Dweck, do ministro Luiz
Marinho e dos dirigentes das centrais.
A intenção é abrir espaço para discutir diretamente com os
parlamentares os pontos em debate, ampliando a transparência e a participação
social no processo legislativo.
As centrais enfatizaram que os espaços já existentes no
Parlamento são “limitadíssimos e insuficientes para abordar com a
profundidade que o tema exige”. A ministra Esther Dweck se comprometeu a
intermediar a realização dessa reunião.
Reações finais e próximos passos
Ao final do encontro, os dirigentes sindicais destacaram a
importância da reunião e defenderam sua continuidade.
Reafirmaram também a necessidade de que os textos com as
propostas sejam tornados públicos, discutidos em comissão especial e com prazos
adequados à complexidade do tema.
As entidades ressaltaram ainda que a retomada do diálogo é
fundamental para evitar decisões que possam impactar negativamente políticas
públicas e servidores.
Entre as centrais participantes estiveram: Central Única
dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT),
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central
Sindical de Trabalhadores, Central dos Sindicatos Brasileiros, Intersindical
Central da Classe Trabalhadora e Pública Central do Servidor.
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