Senado aprova ampliação das cotas em concursos públicos para 30%
O Senado Federal aprovou, em votação simbólica nesta quarta-feira (7), o Projeto de Lei (PL) 1.958/2021, que amplia de 20% para 30% a reserva de vagas em concursos públicos para pessoas negras.
O texto também contempla indígenas e quilombolas e prorroga
a validade da política de cotas por mais 10 anos. Com a aprovação, a matéria
segue para sanção presidencial.
O projeto original, de autoria do senador Paulo Paim
(PT-RS), retornou ao Senado na forma de substitutivo da Câmara dos Deputados.
O relator da proposta, senador Humberto Costa (PT-PE),
rejeitou as principais alterações feitas pelos deputados, mantendo o texto
anteriormente aprovado pelo Senado, com exceção de ajustes redacionais.
A nova regra vale para concursos públicos e processos
seletivos simplificados da administração pública federal direta, autarquias,
fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela
União.
A cota de 30% será aplicada sempre que o certame ofertar
duas ou mais vagas. Nos casos em que a aplicação do percentual resultar em
número fracionário, o arredondamento será feito para cima se o valor for igual
ou superior a 0,5 e para baixo, nos demais casos.
O texto considera como pessoas negras aquelas que se
autodeclararem e apresentarem características que permitam seu reconhecimento
social como negras.
A autodeclaração será submetida a um processo de confirmação
complementar, conduzido por colegiado com especialistas em questões
étnico-raciais.
Esses colegiados deverão observar critérios regionais,
culturais e sociais nas avaliações e tomar decisões unânimes nos casos de
indeferimento da autodeclaração.
O substitutivo da Câmara havia retirado o processo de
heteroidentificação, tornando a autodeclaração suficiente.
No entanto, o relator no Senado restabeleceu a exigência de confirmação, alegando que esse mecanismo é essencial para evitar distorções na aplicação da lei.
"A verificação da autodeclaração reduz a possibilidade de distorções na aplicação da lei", afirmou o senador Rogério Carvalho (PT-SE) durante o debate.
Caso a autodeclaração seja indeferida, o candidato ainda
poderá disputar as vagas destinadas à ampla concorrência, exceto em casos de
indício de má-fé, hipótese em que será excluído do concurso. Se já tiver sido
nomeado, sua admissão será anulada.
O projeto também prevê a inclusão de indígenas e quilombolas
na política de cotas, mas o percentual específico para esses grupos será
definido posteriormente por regulamento.
Durante a apreciação, houve divergências em relação ao prazo
de revisão da lei. O texto aprovado prevê que a política de cotas seja
reavaliada a cada dez anos.
O senador Chico Rodrigues (PSB-RR) propôs a redução para
cinco anos, argumentando que revisões mais frequentes permitiriam acompanhar
melhor a eficácia da medida.
No entanto, o destaque foi rejeitado. O senador Humberto Costa lembrou que o texto original previa revisão a cada 25 anos e que houve consenso em torno do novo prazo.
"Muitas vezes, os concursos não são feitos nem em dez anos. Como analisar a eficiência da política pública nesse intervalo?", questionou.
O senador Paulo Paim ressaltou o acordo firmado durante as
discussões e defendeu o texto aprovado.
A expectativa é que a nova regra já esteja em vigor na
próxima edição do Concurso Nacional Unificado (CNU), prevista para julho de
2025.
Além das cotas, o projeto assegura que candidatos optantes
pela reserva de vagas também concorrerão simultaneamente às vagas de ampla
concorrência.
Candidatos aprovados dentro do número de vagas da ampla
concorrência não serão computados para fins de preenchimento das vagas
reservadas.
Por meio das redes sociais do Ministério da Gestão e da Inovação
em Serviço Público, a ministra Esther Dweck comemorou a renovação da lei de
cotas.
"Estamos muito felizes que o Senado Federal acabou de aprovar o PL de cotas no serviço público. Conseguimos uma vitória importantíssima, que é aumentar de 20% para 30% as vagas reservadas para pessoas negras, e também vamos incluir agora indígenas e quilombolas, conforme a gente for regulamentar a lei mais pra frente", destacou Dweck.
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