Concurso público vai mudar e deixar de ser 'decoreba'
Os concursos públicos federais serão menos focados na
memorização de conteúdo e deverão captar outras habilidades dos candidatos,
como capacidade analítica.
Esse é a meta do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços
Públicos. Em entrevista, neste sábado (28/10), ao jornal Folha de São Paulo, o
secretário de Gestão do ministério, Roberto Pojo, falou sobre a iniciativa.
➡️ Compartilhe essa notícia no WhatsApp
➡️ Compartilhe essa notícia no Telegram
De acordo com Pojo, questões específicas de leis, por
exemplo, costumam ser cobradas na maior parte das vezes. No entanto, nem sempre
esse conhecimento é usado no dia a dia de trabalho.
Segundo Pojo, “a orientação é modificar esse ‘decoreba’ para
algo que seja capaz de capturar outras habilidades, capacidade cognitiva, e
muito mais do que o ferramental", afirmou.
O secretário informou que a discussão sobre as mudanças
exatas é sensível e ocorre em sigilo, mas deve ganhar luz na publicação dos
próximos editais de concursos.
A reportagem explicou que “as alterações também visam
ampliar a diversidade entre candidatos, já que o formato atual privilegia quem
pode se dedicar em tempo integral ao certame. O modelo acaba prejudicando parte
dos concurseiros, como os que dependem da renda no trabalho ou são responsáveis
por parentes”.
Pojo afirmou à Folha que decorar conteúdo favorece pessoas
quem têm tempo: "se eu forço [o candidato] a decorar muita coisa, ele
precisa de tempo. Isso gera uma concorrência desleal entre aqueles que podem
parar de trabalhar e ficar fazendo cursinho contra pessoas que são adequadas
para atuar no Estado, mas tem de dividir o tempo com outras atividades".
A reportagem explicou ainda que o Ministério da Gestão “pretende
fortalecer a periodicidade de concursos para evitar longos períodos sem entrada
de novos servidores. O objetivo é tornar os órgãos mais estáveis e prevenir
choques geracionais entre os funcionários.”